PMP: O Caminho para a Certificação – Parte 2

Este post é continuação do post PMP: O Caminho para a Certificação – Parte 1, onde iniciei a questão sobre os processos necessários para tirar a Certificação PMP. Nesta segunda parte irei esclarecer sobre a auditoria do PMI, onde estudei e como estudei. Algumas dicas de como estudar são muito preciosas e permitirá a você ter uma noção do que é tentar essa certificação e outras dicas para não cometer o mesmo erro que eu em alguns pontos.

Tópicos

1. Auditoria. E agora!?
2. Onde Estudei?
3. Como Estudei?

Auditoria. E agora!?

A auditoria pode parecer um bicho de 7 cabeças à primeira vista, principalmente para os iniciantes que não conhecem o processo para obter a certificação. A auditoria nada mais é que a solicitação, pelo PMI, da comprovação de alguma experiência ou formação declarada no processo para a obtenção da elegibilidade. Isso não significa que agentes do FBI invadirão a sua casa na calada da noite, revirando sua mesa e computador em busca de provas.

Caso você caia em auditoria, o PMI lhe enviará um formulário para que você colete assinaturas de testemunhas que participaram do mesmo projeto que você, principalmente das pessoas que você nomeou como contato do projeto, ou solicitar a cópia do diploma da formação declarada. Você não precisará mandar qualquer tipo de documento comprobatório das suas atuações no projeto, mesmo porque a maioria desses documentos podem ser sigilosos, impossibilitando seu envio, restando apenas a obrigatoriedade de enviar os documentos assinados solicitados pelo PMI.

Se você quiser dar um de esperto, declarar horas, projetos e pessoas fictícias e, se cair em auditoria, forjar a assinatura dessas testemunhas, você poderá, mas isso fere a moral e principalmente o código de conduta ética do PMI. Portanto, nunca faça isso. É sério.

O problema maior na auditoria, como pôde perceber, não é a parte da comprovação, mas sim a coleta dessas assinaturas. Para profissionais que atuaram em diversos projetos, em diversas empresas, em diversos estados, com diversos patrocinadores,  às vezes fica impossível recolher essas assinaturas pelo simples fato de não conseguir entrar em contato com os contatos informados na elegibilidade.

Como dica, coloque principalmente os projetos com os quais você conseguirá a assinatura do contato e avise-os que os está citando nesse processo. Imagina chegar ao contato, solicitar a assinatura dele e o mesmo se negar? Ferrou né? Previna-se pedindo a autorização dele.

No período da solicitação da minha elegibilidade eu não caí em auditoria, mas ela pode acontecer em qualquer momento, até mesmo para os profissionais já certificados.

Depois dessa explicação, espero que tenha conseguido tirar o medo por trás dessa tal auditoria.

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Onde Estudei?

Dos sete amigos que conheço pessoalmente, seis fizeram o curso preparatório da ProjectLab e apenas um estudou por conta própria. Dos que fizeram o curso preparatório, 3 já passaram na prova, 3 continuam estudando em casa para tentar a prova e quem estudou sozinho já fez a prova e também já passou.

Como pude perceber, se você tem disciplina, é autodidata, consegue se planejar para encarar um estudo desses sozinho, você consegue adquirir os livros e estudar, mas, apesar de eu ser tudo isso ai, preferi fazer o preparatório. :)

Eu preferi seguir o caminho do preparatório, mesmo porque o meu amigo Alam Braga também iria fazê-lo, e decidi seguir o mesmo caminho para podermos estudar no mesmo ritmo e ter um incentivo.

No fim, estudei na ProjectLab, com o COMBO PMP 72h (Fundamentos em Gerenciamento de Projetos 16h + PMBOK Avançado 32h + PMP® Exame Prep 24h, da Rita Mulcahy). O curso não foi barato ( 3x de R$1.029,18), mas creio que tenha valido a pena, pois os caras são super sérios e os professores, pelo menos os que me deram aula (Ricardo Marques e Caique), são muito bons, demonstrando um ótimo conhecimento teórico e vivência prática, além de conseguirem manter a turma acordada do início (18:30h) até o fim da aula (22:30h). Pois é, lá a aula acaba mesmo às 22:30h, quando não passa um pouco. Como é um preparatório, o ritmo é corrido e o tempo é curto e não dá pra liberar mais cedo. Só se prepare para o coffee break igual todos os dias. :)

Como falei no post anterior, se você for filiado ao PMI, pode ganhar descontos no curso. Pesquise pra saber.

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Como Estudei?

Não sou daqueles que conseguem sentar de frente pro livro às 8h da manhã e estudar até às 20h. Não consigo me concentrar mais que 1h, preciso de vários intervalos e chega um momento que simplesmente fecho o livro e não volto mais. Esse foi o meu maior desafio, mas consegui me adaptar. Considero que o meu processo de estudo para a certificação tenha começado com a minha pós em gerenciamento de projetos de software (PUC-Rio), onde as aulas terminaram no primeiro semestre de 2008. No segundo semestre comecei o curso preparatório na ProjectLab que terminou em dezembro. Durante o curso, li a apostila de fundamentos em gerenciamento de projetos, li o PMBOK 3ª edição e comecei a ler o livro da Rita (Preparatório para o Exame PMP). Após o curso, terminei de ler o livro da Rita e, após o Alam também ter concluído a primeira leitura, começamos a estudar em grupo. A nossa estratégia foi revisar os capítulo nos quais tínhamos maior dificuldade (Integração, Qualidade, Responsabilidade Social, Custo, Tempo, etc ), lendo as partes mais importantes em voz alta e tirando as dúvidas que surgiam. Essa estratégia foi muito boa, mas só deu certo porque ambos já haviam lido todo o livro da Rita e marcado as partes que achavam mais importante. Isso mesmo, marcador de texto em todo o livro. Nada de pena de escrever, desenhar, marcar, nada disso. O livro é para ser usado, lido, entendido e escrever nele se mostrou a melhor estratégia para isso. A própria Rita recomenda assim.

Como nada é perfeito, creio que tenhamos errado em uma coisa. Quando estudávamos juntos, caímos na besteira de responder as questões do final de cada capítulo também juntos. Um lia a pergunta, lia as respostas e pensávamos juntos qual seria a melhor resposta. Esta forma não se mostrou tão eficaz pois como entrávamos em acordo nas questões, não descobríamos nossas lacunas e o percentual de acerto não refletia o desempenho individual. Aprendemos com isso e passamos a responder as questões individualmente, cada um na sua e, só no final, quando ambos acabavam, é que discutíamos as questões que geraram dúvidas e as que acabávamos errando. Assim ficou bem melhor. Além dos simulados que respondíamos juntos, fizemos varias vezes o jogo de processos da Rita, separando os processos de cada fase e gravando a ordem dos processos de planejamento. Esse jogo se mostrou muito importante, revelando várias lacunas e ajudando a responder várias questões.

Como não estudávamos sempre juntos, fiquei várias horas estudando em casa. A maioria dos capítulos do livro da Rita eu li três vezes. Isso mesmo, o livro é grande mas as lacunas vão diminuindo e o percentual de acerto aumentando a cada leitura. Nas primeiras leituras, fazia umas 20 ou 40 questões de simulado do final do capítulo. Quando as questões do final do livro acabaram, fiz vários pequenos simulados de 20 ou 40 questões do programa da Rita, o FASTrack. Chegou um momento em que eu só fazia simulados e revisava as questões em dúvida e as que errava. Lia a descrição do porque aquela resposta era a mais correta, lia no livro da Rita a parte referente àquela questão e assim foi durante todos os simulados. Esse eu considero o período no qual as minhas lacunas foram sendo reduzidas mais rapidamente. Claro que fiz vários outros simulados de 200 questões e esses certamente eram os piores. Ficar sentado de frente para o computador, num sábado às 8h da manhã, com um sol de praia banhando a janela, realmente é um desafio grande para a concentração. Mas o objetivo de alcançar a certificação sempre foi maior e consegui vencer esse desafio.

Os simulados de 200 questões são importantes não só para saber o seu percentual de acerto, mas também para testar a sua resistência e lhe ajudar a chegar na melhor estratégia para fazer a prova. A melhor estratégia para mim foi, com grande perseverança, fazer as 100 primeiras questões, parar, fazer mais 50, parar, terminar de responder as 200, revisar as questões marcadas para revisão e, somente depois disso tudo, clicar no botão libertador de “Concluir”. Não vou mentir. Fazer esses simulados foi um saco, algo extremamente fora do normal, que exigiu um alto poder de concentração da minha parte, mas foram super importantes para mostrar as minhas fraquezas físicas e o meu desempenho, através do percentual de acerto. Sim, fiz muitos simulados, chegando a responder 1479 perguntas. Não é mole não.

Abaixo uma planilha com o histórico desses simulados.

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No próximo post, continuação deste, irei tratar dos assuntos sobre o local pra fazer a prova  e a prova propriamente dita. Continue acompanhando esse post que novidades virão.