Depois de ler A Batalha do Apocalipse tive a certeza de que o Eduardo Spohr teria que ralar muito para continuar criando histórias surpreendentes e manter fiel o seu público que adorou conhecer o Spohrverso*.
Filhos do Éden é uma trilogia que conta a história de anjos que vivem na Terra durante o período abordado em A Batalha do Apocalipse, ou seja, do início ao fim dos tempos.
Pode parecer estranho, mas essa trilogia acontece no mesmo período de A Batalha do Apocalipse, porém, com o foco voltado para outros personagens mais “humanos”. Enquanto na Batalha um arcanjo pode destruir o mundo com apenas um golpe, em Filhos do Éden, os anjos na Terra usam armas, extintores e outros objetos do mundo físico para lutar contra seus adversários. Essa é certamente uma solução de roteiro muito inteligente para tentar equilibrar os poderes entre os personagens angélicos e nós humanos.
Do que se trata Anjos da Morte
Apesar de ter levantado a deixa entre uma guerra entre humanos e anjos no parágrafo anterior, não é bem isso o que acontece nesse livro.
Anjos da Morte é o segundo volume da trilogia Filhos do Éden, lançado em 2013 pela editora Verus e é sem dúvida MUITO melhor que Herdeiros de Atlântida. Falo isso porque achei Herdeiros de Atlântida um livro de menininha (talvez pelo fato da personagem principal, Kaira, ser uma mulher em crise existencial, perdida numa cidade esquisita, vivendo uma vida que não é a dela), mas esse segundo livro não. Esse é livro de homem!
Tiro, sangue, guerra, briga, luta, suor, lama, terror! Como bem resumiu Eduardo Spohr na introdução do livro, Anjos da Morte é “pólvora, napalm, sangue e lágrimas“! Não arrisco a dizer, confirmo: Anjos da Morte é o segundo melhor livro que Eduardo Spohr escreveu até hoje! Em primeiro, é claro, ainda permanece A Batalha…
Para quem já leu o primeiro volume dessa trilogia sabe que Denyel “se sacrifica” para salvar Kaira e seus companheiros na batalha em Atlântida, mas quem ainda não começou a ler Anjos da Morte vai se surpreender com os detalhes da vida desse personagem e por quanta coisa ele já passou no mundo físico.
Apesar de ter adorado muito A Batalha (sei que é chato, mas tenho que fazer as referências devidas quando necessário), não gosto muito quando um livro é recheado de flashbacks, ou seja, quando estamos numa linha temporal da história e, num virar de página, voltamos num passado longínquo para explicar algo que vai acontecer num futuro próximo. Fico sinceramente muito chateado com esse vai e volta, mas em Anjos da Morte o autor desenvolveu uma narrativa na qual nunca havia sido apresentado antes: a dupla linha temporal.
A dupla linha temporal
Adorei a forma como foi organizado esse livro. Existem duas linhas temporais: a linha do presente, que conta a saga de Kaira (agora mais poderosa e menos menininha), e a linha do passado, que conta a história de Denyel. Simples assim.
Essa divisão de presente e passado é bem diferente do conceito de flashback, pois um personagem de uma linha temporal não está nunca na do outro. Isso simplifica a leitura pois deixa claro ao leitor que, quando se está falando de Denyel, está se falando da vida do personagem antes do início do livro Herdeiros de Atlântida, e, quando se está falando de Kaira, está se passando depois do final desse primeiro livro.
Achei fantástico essa divisão temporal. Primeiro pela simplificação de entendimento durante a leitura e, segundo, pelo excelente trabalho de desenvolvimento do personagem Denyel, contando todo o seu passado e explicando para o leitor o porquê dele ser um anjo exilado na Terra.
As Castas Angélicas que não limitam
Querubins, Serafins, Ofanins e Elohins são alguns exemplos de castas angélicas detalhadas por Spohr para definir habilidades e fraquezas de cada ser angélico. Engraçado perceber em Anjos da Morte que a casta é algo que determina o comportamento, porém, não é uma limitação física, psíquica ou mágica definida no nascimento do anjo. A casta é algo no qual o ser toma como verdade e vive de acordo com suas leis.
Existe uma passagem no livro que isso fica muito claro para mim, que é quando Denyel, da casta querubin, aprende uma “habilidade” até então exclusiva dos elohins. Se uma habilidade pode ser ensinada, e seu conhecimento absorvido por um anjo de outra casta, então a casta é apenas algo para tolher o desenvolvimento da raça. Esse detalhe parece ser bem sutil, mas pode nos surpreender mais no terceiro volume da trilogia. Quem sabe!?
Também existe a possibilidade de eu estar completamente enganado e não ter entendido nada, mas é um risco que corro ao achar que descobrir algo que ninguém descobriu! :)
Conclusão
Este é certamente um ótimo exemplo de LIVRO QUE DEVE SER LIDO por todos aqueles que gostam de fantasia. Eduardo Spohr me surpreendeu muito nesse segundo volume com uma história maravilhosa e envolvente, mas também me surpreendeu pelo excelente Português empregado.
Um livro bem escrito sempre me dá uma inveja boa, pois sempre penso: um dia ainda terei um Português nesse nível. Ainda bem que li no Kindle, pois ele tem um dicionário digital que me ajudou bastante a ampliar o meu vocabulário lendo o Spohr.
Mais uma vez, parabéns ao Spohr por mais essa obra e que essa resenha o incentive ainda mais a concluir o terceiro volume, pois sei que muitos, assim como eu, estão ansiosos por concluir essa saga.
Gostou da resenha e ficou ansioso pra começar a leitura, então corra e compre o seu exemplar mais barato!
*Spohrverso – universo criado pelo Eduardo Spohr que serviu de ambiente para o primeiro livro A Batalha do Apocalipse e também serve para Herdeiros de Atlântida e Anjos da Morte.
Ah. Então só os homens podem gostar de ler, é? Só porque o autor colocou em foco o ponto de vista de uma personagem feminina (Kaira), então o livro Herdeiros de Atlântida- Filhos do Éden se tornou delicado demais para seu gosto? !
E, somente por que o livro seguinte trata de temas mais obscuros e violentos demais para o estômago delicado de uma mulher ser capaz de aprecia-lo ? Por acaso, nós mulheres somos seres subhumanos e de inteligência inferior ao seu ver? Nós somos inferiores demais para sabermos apreciar bons livros além de romances água com açúcar e comédias românticas juvenis?
Ra! Se você espera que, em pleno século XXI eu irei tolerar seus comentários neandertais e machistas e permanecer calada, então, sua mente é mais obsoleta do que eu poderia imaginar!
Então, na sua opinião, todos os livros bons só podem ser apreciados por homens, enquanto nós mulheres não temos inteligência o bastante para saber admira-los.
Para mim, o único incapaz e inferior é você, que não sabe nem como apreciar a genialidade de Eduardo Spohr em cada uma de suas obras.
Boa noite Bruno, adorei ler sobre você e tudo o você fez e continua fazendo ye admiroa muito e o que você disse sobre a Empresa IBI, sou + uma cliente fora, garças a Deus, porque aconteceu comigo o mesmo e pagando antes do vencimento durante 8 anos.
Bruno eu amo ler e até vou ler este Anjos da Morte parece ser bom e te indico o livro Gabriel ,esperança além da vida, de Nilton Cesar Stuqui uma história real e emocionante eu viajei nas histórias e leia também Violetas na janela e Médico de Homens e de Almas são lindos demais.
Sou mais uma fã sua adorei falar contigo
um abraço bem forte