Thomas Cale continua sua vida nesse terceiro e último volume da saga A Mão Esquerda de Deus em busca de vingança contra os Redentores que o criaram. Melhor dizendo, os Redentores que o espancaram durante toda a sua vida, de recém nascido aos seus atuais 14 ou 15 anos, pois ninguém sabe ao certo quando ele nasceu.
O primeiro livro que dá nome a saga, A Mão Esquerda de Deus, é simplesmente fantástico, pois mostra a vida sofrida de Thomas Cale no convento dos Redentores, sendo humilhado, espancado e maltratado, mas nesse primeiro volume o autor te mostra o mundo fechado do convento do Redentor Enforcado, além de construir muito bem esse personagem que aprendemos a sofrer juntos ao virar das páginas.
Continuando a história no segundo volume da saga, com o livro As Últimas Quatro Coisas, o leitor ainda consegue se empolgar um pouco com a história de Thomas Cale, mas a reviravolta em sua vida é tão grande que você cansa um pouco da história.
Cansar aqui não no sentido de que a história é um saco, mas que você começa a perceber que a linha imaginária que você traçou de evolução do personagem no primeiro livro começa a desvirtuar completamente nesse segundo. Criei várias histórias na minha cabeça pensando na típica saga do herói, aquele que fica mais forte, mais temido, que passa por diversas aventuras e no fim ainda acaba com a princesa. Poul Hoffman não pensa desse jeito e te traz para a realidade, acabando com seus sonhos infanto-juvenis de que essa era uma simples saga de aventura. Não, não é.
O Bater de Suas Asas
Já vou logo dizendo que definitivamente não gostei nesse terceiro livro. Não gostei de ver um protagonista definhando durante todo o livro, vivendo à beira do abismo da morte, com uma doença que não se cura, tendo que enfrentar amigos, inimigos e amor impossível para acabar do jeito que terminou.
Não vou contar o final, mas o considerei muito aquém do que poderia ter acontecido, sem falar na solução que o autor deu para que Thomas Cale pudesse continuar sua vida sem que seus aliados o matassem no futuro.
Sabemos que Cale é super inteligente, que é certamente capaz de desenvolver uma estratégia de guerra para acabar com as dos Redentores, mas isso tudo passa tão rápido que me senti lendo um resumo dos acontecimentos. O autor poderia ter “enrolado” um pouco mais e construído melhor os personagens.
Se começou essa saga, então termine de ler, mas se ainda não começou, pode economizar um pouco nas suas expectativas. Pode ler, mas não fique esperando um final surpreendente e empolgante.
Vi essa saga definhando ao passar dos livros. Não gosto de pensar assim, mas o sentimento é que Paul Hoffman não escreveu com o coração e provavelmente concluiu essa saga por pressão de sua editora.
Então é isso. Se você já leu e tem uma opinião contrária ou a favor, escreva abaixo nos comentários e vamos trocar uma ideia!
Bruno, a história não é de Paul Hoffman (na verdade nem ele é Paul Hoffman, ele é Paul Fahrenheit, usou outro nome para evitar problemas com a descoberta do livro), ele apenas replicou um romance antigo achado em um sítio arqueológico. Certamente o “autor” acrescentou algumas poucas características atuais do que ele acreditava ser uma tradução atual para o que estava escrito (o idioma do original é antigo e Paul é um dos poucos que o decifra), mas toda a história foi encontrada pronta por ele, portanto o desfecho e o trato com as personagens não são comuns à nossa época. Discordo de seu desanconselhamento para leitura da trilogia. Concordo que não seja um final empolgante, mas é um dos romances mais singulares de todos tendo em vista sua origem de milhares de anos atrás, vale a pena a leitura, sobretudo pelas várias formas que os personagens interpretam a vida, e que, agora, sabemos são surpreendentes devido ao fato de serem ideologias bastante antigas, incomuns.
*Por ordem judicial as editoras são obrigadas a incluirem na primeira página do livro a ementa da decisão judicial que envolveu a trilogia. Nela explicam-se a origem do livro e a confusão que Paul Fahrenheit criou. No fim do livro há um apêndice de quem moveu o processo e um apêndice de Paul, contendo suas respectivas opiniões (não sei a partir de que ano as editoras passaram a ser obrigadas por essa decisão judicial, mas eu comprei o livro em 2015 e o meu exemplar contém a decisão).